quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

quinta-feira, 30 de abril de 2009

A nova realidade do jornalismo (Ciberjornalismo)

A Internet e as suas potencialidades trouxeram uma nova face ao jornalismo. Com o aparecimento desta rede o jornalismo passou a fazer-se de uma forma bidireccional, isto é, temos profissionais que se dedicam à emissão de notícias e um público que as recepciona de forma crítica. Mas não quero com isto dizer que qualquer pessoa pode fazer jornalismo, ou se esta actividade tem os seus dias contados.

Em primeiro lugar, é importante perceber o tipo de consequências resultante desta interacção entre jornalista e leitor. “A possibilidade de interacção directa com o produtor de notícias ou opinião é um trunfo forte a explorar pelo webjornalismo.” (cit. Canavilhas, 2001). De facto, esta interactividade, possível com a tecnologia existente, apresenta-se como a grande força do jornalismo online. No entanto, esta força pode, ao mesmo tempo, constituir um grande perigo para a actividade jornalística, no que diz respeito ao seu futuro.

Em segundo lugar, e face a esta novidade no trabalho dos jornalistas, importa realçar as novas aptidões que estes profissionais têm que começar a desenvolver. Hoje em dia, e como nos diz Elisabete Barbosa no seu estudo (Interactividade: A grande promessa do Jornalismo Online), “a maioria dos jornalistas e editores não podem contentar-se em publicar as notícias”, isto é, os jornalistas têm que ter em conta o que o público pretende e publicar as suas notícias ou reportagens de acordo com isso.

Além disso, estes profissionais têm que desenvolver outras aptidões, como, por exemplo, “redigir notícias, produzir fotografia, áudio e vídeo, construir páginas web, transpor conteúdos impressos ou audiovisuais para a rede, acrescentar hiperligações, fornecer interfaces que permitam aos utilizadores o recurso a bases de dados diversas e desenvolver comunidades online” (Bastos, 2006).

Estas novas exigências ainda não receberam, pelo menos por parte das Universidades portuguesas, o devido tratamento na formação dos novos profissionais. Como nos diz Hélder Bastos, pioneiro nestas questões que ligam a Internet com o jornalismo, “ (…) o modelo de ensino universitário encontra-se ainda distante de uma tendência visível de uniformização a começar pelo peso das disciplinas relacionadas com ciberjornalismo em cursos de jornalismo e/ou ciências da comunicação (…) ”.

A formação dos novos jornalistas portuguesas acaba por espelhar o nível de desenvolvimento em que se encontra o ciberjornalismo em Portugal. O mesmo autor acima citado sublinha-nos que “a primeira década de ciberjornalismo em Portugal fica marcada por uma progressão lenta, porventura demasiado lenta (…). Dez anos depois do início da aventura online do jornalismo Português (…) a palavra impasse talvez seja a mais indicada para fazer o ponto da situação.” (Bastos, 2006)

A Internet, como fonte de informação é outro factor a ter em conta. Porventura um dos mais importantes, quando nos debruçamos nesta questão do impacto da Internet no jornalismo. De facto, esta ferramenta possibilitou ao jornalismo uma informação mais vasta e mais rápida, eliminando, assim, as barreiras de espaço e de tempo. No entanto, e apesar de todas estas vantagens, a Internet assume-se, em alguns casos, uma fonte corrompida.

Deste modo, importa perceber os riscos que esta plataforma deposita na actividade jornalística. O excesso de informação que a Internet disponibiliza aos jornalistas assume-se como o primeiro grande risco. Face a este excesso, o jornalista tem que desenvolver novas capacidades ao nível da recolha, da selectividade e da apresentação final das notícias. Através de todo este processo o profissional consegue contornar este potencial risco.

Uma controvérsia ligada ao ciberjornalismo reside no facto de haver quem compare o ciberjornalismo com a funcionalidade dos blogues. Muitos questionam-se se será possível praticar-se jornalismo num blogue? Apesar de ambos apresentarem funções muito similares como, por exemplo, a actualização, links, comunidades interactivas, a verdade é que estes dois domínios abarcam muitas outras características distintas.

Uma dessas características diz respeito à isenção. De facto, os blogues figuram como espaços onde a opinião e a subjectividade assumem o seu expoente máximo, o que contradiz com a essência do jornalismo. Apesar disso, alguns blogues podem constituir uma boa e fiel fonte de informação, nomeadamente quando os seus autores escrevem sobre uma temática específica, os designados “blogues especializados”.

Por outro lado, podemos reservar aos blogues um papel importante do ponto de vista da formação da opinião pública. Com a convergência dos meios de comunicação «o conceito “de um para muitos” começa cada vez menos a fazer sentido»
[1], o que nos leva para o campo interactivo, marcado pelas gratificações do receptor. Tal situação deve-se à função observadora e comentadora presente nos blogues, o que faz crescer o designado “jornalismo do cidadão”. De qualquer forma não podemos confundir a prática jornalística com o trabalho desenvolvido pelos bloguers.

A última questão a tratar acerca do impacto da Internet no jornalismo diz respeito ao futuro desta actividade. Face a múltipla informação que a Internet disponibiliza a todas as pessoas, não estaremos a preconizar o fim do jornalismo? Os estudiosos dividem-se. Uns defendem que o jornalismo online terá práticas iguais às actuais, com a excepção de se mover em plataformas diferentes e estar ao acesso de todos; enquanto outros admitem um cenário negro para o futuro desta profissão.

Apesar de toda esta controvérsia, uma coisa é certa: a Internet, e tudo o que ela envolve, veio potenciar ainda mais a necessidade de haver bons jornalistas. Isto porque face ao crescente fluxo informativo, por ela gerado, é imprescindível que existam profissionais capazes de seleccionar/tratar os conteúdos que realmente são importantes e credíveis.

[1]João Simão, “ Relação entre os Blogs e Webjornalismo”, in http://prisma.cetac.up.pt/artigospdf/9_joao_simao_prisma.pdf (visto em 23/04/2009)
Bibliografia:

· Simão, João “Relação entre os Blogs e Webjornalismo”, in
http://prisma.cetac.up.pt/artigospdf/9_joao_simao_prisma.pdf (acesso em 23/04/2009);

· Mielniczuk, Luciana “Características e implicações do jornalismo na Web”
http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2001_mielniczuk_caracteristicasimplicacoes.pdf (acesso em 23/04/2009);

Bastos, Hélder “Ciberjornalismo: dos primórdios ao impasse”, in
http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/cs_um/article/view/4752/4466 (acesso em 23/04/2009);

· Barbosa, Elisabete “Interactividade: A grande promessa do Jornalismo Online”, in
http://www.bocc.ubi.pt/pag/barbosa-elisabete-interactividade.html (23/04/2009);

· Bastos, Hélder “ Da implementação à estagnação: os primeiros doze anos de ciberjornalismo em Portugal”, in
http://conferencias.ulusofona.pt/index.php/sopcom_iberico/sopcom_iberico09/paper/viewFile/253/230 (acesso em 25/04/2009);

· Canavilhas, João Messias “Os Jornalistas Portugueses e a Internet”, in http://www.bocc.ubi.pt/pag/canavilhas-joao-jornalistas-portuguesesinternet.html (acesso em 23/04/2009)

quinta-feira, 26 de março de 2009

Twitter... e a sua importância no jornalismo

Ao contrário do que muita gente pensa “o Twitter não é uma rede social, mas sim uma ferramenta de comunicação”, como relatou o fundador do Twitter, Jack Dorsey, ao jornal El Pais. Segundo Dorsey o twitter permite uma comunicaçãode uma forma “portátil e acessível" entre as pessoas; por outras palavras, o twitter simplificou a comunicação entre as pessoas.

Face a estas palavras do impulsionador do Twitter, esta nova ferramenta traduz-se no facto dos seus utilizadores terem ao seu alcance a capacidade máxima de actualização, permitindo também uma maior interacção entre os mesmos. Adicionalmante, esta rede permite que os seus utilizadores expressem as tendências daquilo que se está a passar em cada cidade e no mundo.

Esta última característica leva-nos para a importância que o twitter desempenha no jornalismo. Há quem conteste a sua utilidade, uma vez que as mensagens comportam poucos caracteres; no entanto, cada vez mais os jornalistas e o pessoal dedicado às ciências da comunicação aproveitam as vantagens desta ferramenta. Nomeadamente, pelo facto do twitter, face à sua acessibilidade e interacção, permitir uma maior comunicação entre todo o mundo.

Assim sendo, e tendo em conta a interacção, a actualização permanente, a rapidez e a diversificação dos seus utilizadores, o Twitter concentra variados requisitos que são úteis na actividade jornalística. É muito vantajoso para um jornalista ter um leque infinito de contactos que lhe permita ter acesso a um sem número de utilizadores/acontecimentos em todo o mundo. Face a estas vantagens era muito positivo para o jornalismo que houvesse um maior desenvolvimento desta rede, a fim de que informação por ela veiculada fosse cada vez mais credível.


quarta-feira, 18 de março de 2009

Afinal, o que é a Web?


Quando pensamos em Internet o primeiro conceito que nos vem à cabeça é “aldeia global”. Mas quando começamos a pensar no assunto de uma forma mais aprofundada verificamos um labirinto muito denso, que nos impossibilita de chegar a uma resposta clara. Vários intelectuais e académicos já tentaram desenvolver estudos no âmbito desta temática, mas ainda ninguém conseguiu chegar a uma definição-chave sobre Internet.

A Internet abarca vários domínios de análise, o que revela a sua complexidade em termos de definição. Em primeiro lugar, devemo-nos remeter para a heterogeneidade dos seus utilizadores e o que isso implica.

Segundo a obra “Introdução à Internet” de Libório Silva e Pedro Remoaldo, existem seis grandes grupos que utilizam a Internet com uma finalidade específica, sendo eles: as instituições (académicas, governamentais); as comunidades profissionais (ligadas ao investimento e desenvolvimento); as empresas; os hackers (indivíduos peritos em criar programas maliciosos); os activistas políticos e sociais (promoção das suas campanhas); e o público em geral, que utiliza a Internet para os mais diversos fins.

Esta abordagem sobre os tipos utilizadores mais frequentes da Internet leva-nos para um outro campo ligado aos perigos que esta ferramenta imprescindível do SEC.XXI tem-se encarregue de fomentar. Ao longo da evolução da Internet, o carácter heterogéneo dos seus utilizadores tem levado a que muitos sistemas tenham sido corrompidos, muita informação tenha vindo a perder qualidade e credibilidade e, pior que tudo, muitos indivíduos tenham sido ameaçados.

Em segundo lugar, importa esclarecer a questão relativa às funcionalidades que a Internet tem vindo a oferecer aos seus utilizadores. E uma das mais importantes reside no facto dos utilizadores poderem usufruir de ferramentas que lhes possibilitam uma maior interacção e um maior conhecimento ao nível do global, daí a designação “aldeia global”.


Face a este contexto, a Internet tem vindo a evoluir e a disponibilizar aos seus utilizadores um leque cada vez Maior de plataformas, onde estes podem deixar as suas assinaturas. Falamos aqui de uma das mais recentes evoluções da Internet, a Web 2.0.

Esta nova plataforma, nas palavras de O'Reilly (fundador da empresa que deu origem a este termo), pretende “um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência colectiva".

Deste modo, e aproveitando esta visão do fundador da O'Reilly esta segunda geração da Web possibilita uma maior interacção social, onde a receptividade passiva do público dá lugar à produção de conteúdos dos mais variados tipos, isto é, os gostos e as opiniões dos utilizadores comuns passam a ser tidos em conta, proporcionando, assim, um enriquecimento da interacção cultural.

Por outro lado, é preciso ter em conta que esta evolução da Web nem sempre tem contribuído para o fluir do enriquecimento cultural puro, uma vez que com o consecutivo aumento dos conteúdos disponibilizados na Internet começa a existir um sem-número de informações que, de certo modo, tem corrompido a boa qualidade que se pretende nas informações existentes na Web.

E depois de toda esta explicação na tentativa de encontrar uma definição para o que é a Internet e a Web 2.0 ficamos com a percepção que este mundo digital/virtual concentra em si uma complexidade e multiplicidade de elementos, levando à nossa incapacidade de os caracterizarmos de uma forma absolutamente objectiva. Aliás, estes conceitos comportam um grande carácter subjectivo, o que resulta numa ausência de consenso.


sexta-feira, 6 de março de 2009

Bem-vindo...

Seja bem-vindo ao blogue jornalismo_u.porto...

O jornalismo on-line está a crescer em Portugal. E claro que nós, estudantes desta arte, temos que aprender a manusear o Mundo digital, de forma a que a actualidade possa atingir o globo! Por isso, espero fazer desta ferramenta uma grande interacção nesta "aldeia global".